Música - concerto de Toquinho
09/10/2019
Hoje à noite com Toquinho no Coliseu do Porto.
O Coliseu não estava cheio e chegámos em cima da hora (o Porto está impossível). O homem e seu violão começaram por homenagear Vinícius (sempre presente ao longo do concerto) com um medley de voz e guitarra. Depois uma viagem pela Bossa Nova e pela música popular brasileira com o violão, a moça - Camila Faustino - e o saxofone/clarinete de Nailor Proveta, onde não faltaram o “Samba de Orly”, “Tarde em Itapuã”, “A Tonga da Mironga do Cabuletê” e muitas mais. Todas acompanhadas por histórias com que Toco encantou o Coliseu.
Como quando o Chico Buarque chegou de Itália com o “Samba de Orly” e o ciúme de Vinícius, que chegou a dizer: “É uma boa ideia, pena que não seja minha!” E pediu ao Chico para rever a letra, trocando “Pela duração dessa temporada” por “Pela omissão um tanto forçada”, para assim fazer parte da autoria. Curiosamente foi este o único verso amputado pela censura brasileira, ao que o Poetinha retorquiu: “Agora já faço parte do trio, já não saio da música!”
A história de “Tarde em Itapuã”, quando Toquinho viu os versos na máquina de escrever e pediu a Vinícius para musicar, ao que este respondeu: “Você ainda é criança, vou pedir ao Tom (Jobim) ou ao Baden (Powell).” Toquinho roubou o papel e musicou mesmo. Vinícius chamava aos seus antigos parceiros a santíssima trindade (Tom, Baden e Carlinhos Lyra). E Toquinho perguntou: “Onde é que eu fico?” “Você é o amén!”
Ou como quando se encontrou com Mastroianni e este disse “Você tem sorte, só precisa de andar com o violão por aí, eu preciso de queimar neurónios a decorar papéis e ainda interpretá-los. Ok ao menos não precisamos de trabalhar!”
E Tom que dizia “Nova Iorque é boa mas é uma merda, o Rio é uma merda mas é bom, por isso tenho saudades.”
A outra história de António Maria que se fez passar por Vinícius (depois contou ao Poeta) para namorar uma desconhecida e levou a farsa até ao fim: “Quer saber, Vininha, que o grande Vinicius a meio da noite perdeu a tusa!”
E de tantas acabo com duas:
João Gilberto à procura da perfeição tocando em frente a uma vela para sentir a vibração e a forma de Vinícius beber: gelo até à boca e whisky até o gelo boiar.
Obrigado Toquinho.
Hoje à noite com Toquinho no Coliseu do Porto.
O Coliseu não estava cheio e chegámos em cima da hora (o Porto está impossível). O homem e seu violão começaram por homenagear Vinícius (sempre presente ao longo do concerto) com um medley de voz e guitarra. Depois uma viagem pela Bossa Nova e pela música popular brasileira com o violão, a moça - Camila Faustino - e o saxofone/clarinete de Nailor Proveta, onde não faltaram o “Samba de Orly”, “Tarde em Itapuã”, “A Tonga da Mironga do Cabuletê” e muitas mais. Todas acompanhadas por histórias com que Toco encantou o Coliseu.
Como quando o Chico Buarque chegou de Itália com o “Samba de Orly” e o ciúme de Vinícius, que chegou a dizer: “É uma boa ideia, pena que não seja minha!” E pediu ao Chico para rever a letra, trocando “Pela duração dessa temporada” por “Pela omissão um tanto forçada”, para assim fazer parte da autoria. Curiosamente foi este o único verso amputado pela censura brasileira, ao que o Poetinha retorquiu: “Agora já faço parte do trio, já não saio da música!”
A história de “Tarde em Itapuã”, quando Toquinho viu os versos na máquina de escrever e pediu a Vinícius para musicar, ao que este respondeu: “Você ainda é criança, vou pedir ao Tom (Jobim) ou ao Baden (Powell).” Toquinho roubou o papel e musicou mesmo. Vinícius chamava aos seus antigos parceiros a santíssima trindade (Tom, Baden e Carlinhos Lyra). E Toquinho perguntou: “Onde é que eu fico?” “Você é o amén!”
Ou como quando se encontrou com Mastroianni e este disse “Você tem sorte, só precisa de andar com o violão por aí, eu preciso de queimar neurónios a decorar papéis e ainda interpretá-los. Ok ao menos não precisamos de trabalhar!”
E Tom que dizia “Nova Iorque é boa mas é uma merda, o Rio é uma merda mas é bom, por isso tenho saudades.”
A outra história de António Maria que se fez passar por Vinícius (depois contou ao Poeta) para namorar uma desconhecida e levou a farsa até ao fim: “Quer saber, Vininha, que o grande Vinicius a meio da noite perdeu a tusa!”
E de tantas acabo com duas:
João Gilberto à procura da perfeição tocando em frente a uma vela para sentir a vibração e a forma de Vinícius beber: gelo até à boca e whisky até o gelo boiar.
Obrigado Toquinho.