Livro de Viagens - África - 4
O nosso primeiro acampamento fica nas margens do rio Tale. Todos os acampamentos em que ficámos foram premiados pelo respeito pela paisagem e pelo ambiente. A água quente é aquecida e temos de gritar quando precisamos para o banho na tenda. A electricidade é produzida por luz solar no próprio acampamento. Em nenhum há Wi-Fi ou hipótese de carregar dispositivos dentro da tenda. Enfim, férias a sério.
Almoçámos de frente para o rio Tale cheio de hipopótamos.
“Não é perigoso?” Perguntámos. “Akuna matata, só saem à noite para comer junto às tendas.”
É suposto ficar descansado?
Para sairmos da tenda à noite temos de abanar a luz da lanterna e assim chamar um guerreiro Massai que nos escoltará para onde formos.
Fomos visitados por suricatas ao almoço (o Timon!).
À tarde Safari. Esta palavra, conotada com caça, nada tem a ver com caça nem com animais. Trata-se da palavra suaíli usada para viagens, deambulações sem destino, estar um tempo lá por fora.
Jantámos numa tenda estilo colonial, numa mesa comprida, com vinte pares de convidados, dos quais éramos os únicos que não estavam em lua-de-mel. O bar é um daqueles móveis-bar de campanha enormes ao estilo inglês - tirei uma fotografia.
Comemos bem, bebemos vinho branco sul-africano (foram precisos dois empregados para o abrir). No fim da refeição um Massai acompanhou-nos à tenda para evitarmos os hipopótamos. É o terceiro animal que mais mata em África, depois do mosquito e do homem. Mas eu não acredito.
Amanhã acordar às 04h para a viagem de balão em Masai Mara.
Anoitece em África. O sol laranja-fogo atrás das nuvens, o cheiro da terra, os sons da savana.
Chuva torrencial, o desabar das águas. Um dilúvio no paraíso.
Estamos num dos melhores sítios do mundo.
Karibu